109 a 40, 91 a 61 e 104 a 40 – esses placares são das últimas finais de Campeonato Estadual que contou com a participação do elenco principal do Flamengo em quadra e reflete muito bem o que virou a competição nas últimas temporadas na qual não conta mais com um time que consiga dar pelo menos um pouco mais de trabalho ao orgulho da nação. O Garrafão Rubro-Negro apresenta uma matéria critica e propositiva sobre o que virou o Estadual promovido pela FBERJ que conta com equipes que ainda são resilientes e guerreiras que aceitam participar do torneio mesmo nesse molde atual.
Estadual 2022 sendo concluído em dia de eleição em todo o Brasil
Não tem como não começar a matéria citando o fato mais recente que foi a conclusão do Estadual 2022 em data de eleição. Que pese os amistosos já programados do Flamengo para as próximas semanas e não ter o controle sobre as condições climáticas e o possível impacto que poderia ter no piso da quadra. Não dá pra pensar que não ocorreram falhas nesse processo. Pensando nos imprevistos climáticos que podem ocorrer, não teria sido fundamental ter programado o Estadual com um intervalo maior de tempo para remarcação de jogos em outras datas que poderiam contar com a presença de público no ginásio?
Se o piso do ginásio Hélio Mauricio apresentou problemas em decorrência da umidade provocada pela chuva. Quais seriam os ginásios que a FBERJ poderia contar para a remarcação do jogo para o dia seguinte?
Estadual foi concluído com o Flamengo novamente campeão, mas como o dia da conclusão foi de eleição, a noticia do esporte como era esperado seria abafado por não ter apelo nesse dia. Quem ganha com essa falta de promoção de um evento esportivo? Quem perde? Ou perdemos TODOS?
Transparência e uma carta aberta aos fãs do basquete carioca não seria uma péssima ideia
Se a FBERJ pode ter problemas de obter recursos que podem ter sido agravados com o desenrolar da pandemia. Isso ainda não foi divulgado de forma clara para todos que estão envolvidos de alguma forma com a modalidade. Entre alguns assuntos sobre esse tema poderíamos citar – para a realização dos campeonatos estaduais seja nas categorias de base ou na categoria principal, a FBERJ possui recursos para a organização desses? Ou nesse momento depende da ajuda de clubes como o uso dos seus ginásios, placares e até pagamento dos árbitros envolvidos em praticamente todo o transcorrer do torneio?
Reconhecer de forma pública o papel que um ou mais clubes podem ter nesse atual momento da Federação não é de forma nenhuma um demérito, ou não deveria ser uma vergonha para ninguém. Parceiro positivo e que agrega, seja ele quem for, deveria ser sempre reconhecido publicamente, pois parceria que se valoriza, se soma e sempre busca convergir para melhorias futuras.
Legado olímpico que só é utilizado quem tem força de marca ou consegue ter parceiros comerciais para promover eventos
Muitos torcedores quando enxergam o atual panorama do basquete adulto no Rio de Janeiro se pergunta se usar um dos legados olímpicos para promoção do Campeonato não poderia ser uma tentativa de reverter o quadro no sentido de mostrar que existe uma mobilização de fazer algo melhor e que possa ter resultados técnicos melhores nos jogos do torneio a médio e curto prazo. Com exceção do Maracanãzinho, foram raros os momentos que o Estadual acabou sendo promovido em outros ginásios que receberam a Olimpiada em 2016 – entre eles podemos citar a Arena Deodoro, as 3 Arenas Olímpicas dentro do Complexo Olimpico e a Jeunesse Arena.
Claro que sabemos que tem o custo de aluguel ou simplesmente de abrir e toda a operação nesses ginásios. Mas sempre fica a pergunta qual a facilidade que empresas tem em promover bons eventos dentro desses ginásios como o Rock in Rio por exemplo e quando não estamos em período desses eventos que fogem de área do entretenimento o que temos na cidade são grandes elefantes brancos e que a população carioca só fica espiando do lado de fora e com a sensação real que poderiam ser melhores utilizados?
Se é caro promover jogos lá, seja um triangular ou a final de um Estadual na categoria principal, qual o motivo de não apelar seja para a Prefeitura da capital ou para o Governo que ajude a promoção daquele evento e tendo talvez como contrapartida a cessão de ingressos para crianças e jovens estudantes de escolas municipais ou estaduais que possam ter de fato um encontro com o esporte competitivo pela primeira vez? E se isso já foi tentado por várias vezes e se ocorreu a negativa, qual o motivo para omitir isso da sociedade que poderia ser aliada de clubes e Federação em reverter esse quadro?
A importância de quem ainda tenta fazer uma cobertura do que ocorre no basquete carioca
A realidade que a mídia entorno do que ocorre na base e no basquete principal no Estado do Rio de Janeiro acaba ficando cada vez mais aos veículos independentes do que as famosas tradicionais que só lembram o que ocorrem no basquete no Rio quando chega os períodos mais gordos da temporada como o NBB ou alguma competição internacional. E aqui cabe um reconhecimento ao canal do Jean Thomps no Youtube que mesmo tendo dificuldades se mostra muito resiliente e persistente na cobertura da base do basquete carioca e até alguns jogos da categoria principal.
O Estadual 2020 teve um bom exemplo que acabou não tendo uma continuidade nos anos seguintes
Ainda vivíamos um momento dos mais complicados da pandemia quando a FBERJ junto com os clubes em 2020 realizou um Estadual com a duração de uma semana no Maracanãzinho com a realização de alguns protocolos contra a Covid-19 e a realização de testes. Não vamos entrar no mérito de falhas pontuais que acabaram ocorrendo no período, mas sim lembrar de iniciativas que foram feitas nessa época e que mereciam ter uma continuidade em outros anos, mas sumiram.
A principal delas foi o grupo de comunicação que envolveu imprensa que tinha interesse em cobrir o evento, Federação e representante dos clubes na qual poderíamos obter informações e declarações para a elaboração de algum tipo de conteúdo. Isso funcionou no período, mas não se deu uma continuidade.
Esporte olímpico seja ele qual modalidade for a boa comunicação acaba sendo o melhor seguro para o êxito do seu torneio. E se esse canal tivesse continuado e aprimorado, poderíamos ter uma cobertura muito mais propositiva e continua da imprensa que tenha interesse em valorizar o basquete carioca seja na base ou no adulto. O interesse não pode partir somente de quem é imprensa, e também de quem organiza e de quem tem times no torneio.
A não possibilidade de termos um Estadual adulto com bom nível técnico deveria ser valorizado a base carioca
O Campeonato Brasileiro Sub-19 deu sinais claros para quem acompanhou a competição que equipes como Botafogo, Flamengo e Tijuca possuem bons valores nos seus elencos e que poderiam ter até um torneio local com mais divulgação, ou seja, mais promovido para que seus torcedores possam acompanhar alguns nomes que podem se tornar o futuro do basquete brasileiro.
E tendo esse exemplo como parâmetro não seria uma boa alternativa para a FBERJ e os clubes buscar fazer um Estadual com talentos promissores de sua base e tentar assim promover melhor a competição e com placares dos jogos mais equilibrados e uma competição de fato mais real no seu significado?
Esse tipo de sugestão acabaria abrindo um espaço maior para que o próprio Flamengo pudesse priorizar ainda mais amistosos com sua equipe principal até o momento, ou seja, até a temporada que pudesse ter de novo um adversário que possa bater de frente e ser um bom teste dentro do Rio antes dos seus principais objetivos na temporada.
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