Chegou a hora do Flamengo começar a defender o seu titulo do NBB da temporada passada. E o primeiro desafio do time rubro-negro será o São Paulo, atual campeão paulista. E para saber como foi a preparação da equipe para a competição nacional, o Garrafão Rubro-Negro conversou com exclusividade com o técnico Gustavo De Conti sobre esse tema e que jogadores poderão se destacar no elenco que estará em quadra a partir de amanhã.
Entrevista – Gustavo De Conti
Primeiramente, Gustavo esse será seu quarto NBB no comando do Flamengo. E por ter uma pré-temporada bem atípica comparado aos paulistas, o Flamengo sempre entra numa defasagem técnica e física. Comparado aos anos anteriores, você diria que o Flamengo nessa atual temporada entra com essa maior defasagem maior ou teve alguma outra temporada anterior que você analisa que ela acabou sendo maior comparado aos adversários?
“Essa temporada será muito mais complicada na verdade no seu inicio, pois tem essas questões físicas, táticas e técnicas. Essa questão de um ritmo menor de jogo principalmente contra as equipes que disputaram o Campeonato Paulista. Eu acho que nós tivemos muitas mudanças na equipe e essas mudanças também com jogadores estrangeiros que levam um tempo pra se adaptar na Liga Brasileira, isso naturalmente acontece. Temos o caso do Luke Martinez que ainda não chegou e tem o Franco Balbi que ainda está se recuperando de lesão. Temos o Vitor Faverani que estava há dois anos e meio sem jogar praticamente. Temos alguns desafios especiais para essa temporada e a gente ultrapassando, superando isso a cada passo com os jogos.”

Longe de querer desmerecer o potencial dos jogadores brasileiros do atual elenco, mas é fato que os estrangeiros que fazem parte do plantel têm um potencial técnico ofensivo muito grande e devem puxar a pontuação do time na maioria dos jogos. Como é pra você ter esses estrangeiros nesse novo elenco nessa temporada? E a larga experiencia internacional deles te deixa mais tranquilo sobre os objetivos maiores que o time terá pela frente?
“Os jogadores estrangeiros são de enorme potencial ofensivo. Num time de basquete as funções são importantes e é necessário cumprir rigorosamente as funções são importantes. Eu não posso negar que a função principal deles será de puxar pontos, criar vantagens ofensivas para a equipe. Mas eles não podem esquecer das outras coisas do jogo como a defesa e os rebotes. A gente fica muito na cabeça com a questão de pontuar que é o mais importante, que são os melhores jogadores, mas não é somente isso, cada um tem a sua função. Tem o jogador com a função mais defensiva, de rebotes e aquele que faz o jogo andar.”
Antes dos jogos de pré-temporada, o Garrafão Rubro-Negro destacou que o ala-pivô Túlio da Silva tinha a chance de ser o coringa dentro do elenco do Flamengo e até podendo fazer um comparativo com o Gerson no futebol do Flamengo. Na pré-temporada podemos confirmar essa versatilidade do Túlio em quadra. Gustavo você diria que é o Túlio tem o potencial pra ser esse coringa dentro do seu elenco? E ele é o jogador com mais potencial técnico que você trabalhou nos últimos anos?
“O Túlio da Silva está aqui por causa dessa característica dele. Não só o Túlio, mas tem outros jogadores com essa característica de versatilidade. Como exemplo eu posso citar o Luke Martinez, o Rafael Mineiro, o Brandon Robinson, o Dar Tucker, o Olivinha, enfim, são jogadores versáteis e que podem atuar em diversas posições, defender em diversas posições. Ofensivamente podem jogar de costas, de frente, criar vantagens. O Túlio tem um potencial físico muito bom agregado a versatilidade dele e isso está muito próximo uma coisa a outra. Ele é um cara que vai ajudar muito a gente e ele é um jogador moderno. O basquete moderno exige esse tipo de jogador que tenha a capacidade de fazer várias coisas dentro de quadra, ele é um jogador que estava mais acostumado a jogar o basquete universitário dos EUA, não FIBA, e ele tem ainda um pouco de dificuldade e com o decorrer da temporada ele irá melhorar bastante nisso.”
Jogadores como Yago vem demonstrado nas redes sociais uma ansiedade pelo primeiro jogo do Flamengo no Maracanãzinho com público no dia 3 de novembro. Você também vive esse sentimento semelhante pelo reencontro com o torcedor no jogo dessa data? E como a torcida mais perto nos ginásios pode ser importante na construção de uma identidade de um elenco vitorioso no decorrer dessa temporada?
“A respeito da torcida, a gente está numa contagem regressiva e eu também. A gente que faz basquete, treina e joga por conta da torcida e não tem outro motivo. A gente atinge a torcida, o público através dos nossos jogos. Eles que poderão voltar a nos assistir presencialmente e também continuaram através de vocês da imprensa. E estava faltando essa torcida, ela próxima da gente passando aquela energia e só vem na cabeça aquela semifinal contra o Instituto. A gente estava 20 pontos atrás, viramos e ganhamos aquele jogo. E conseguimos a classificação para a final da primeira edição da Champions League. E eu fico sempre imaginando a torcida do Flamengo empurrando a gente. Isso deu muita saudade na gente na temporada passada e agora estamos numa contagem regressiva para que isso ocorra o mais breve possível e vai acontecer. Esse primeiro jogo no Maracanãzinho vai ser especial pra gente pois vai ser o retorno da nossa torcida e a gente está muito ansioso.”
Na estreia do NBB, o Flamengo terá pela frente o time do São Paulo que é um dos favoritos a competição junto com o próprio time rubro-negro e o Sesi Franca. Qual é a sua expectativa para esse confronto? E o sistema defensivo e a quantidade de erros é algo que mais te preocupam num primeiro momento pensando nesse jogo?
“O jogo contra o São Paulo vai ser uma reedição do que foi a final da temporada passada. É o atual campeão paulista e é um time que vem muito forte, que investiu muito pesado para essa temporada. Um time montado pra ser campeão. Tudo isso já é um grande ingrediente pra esse jogo de abertura e jogo de abertura tem que ser mesmo um jogo de impacto como esse. As questões dos erros é algo que me preocupa bastante, a gente joga no ritmo acelerado, transições velozes, principalmente as transições ofensivas e isso propicia mais erros. E essa quantidade de erros no inicio na temporada é normal, pois falta entrosamento, tem a parte física, mas eu como treinador e toda a comissão técnica temos que acelerar esse processo e fazer com que o entrosamento aconteça mais rápido e urgentemente diminuir essa quantidade de erros que é fatal em um jogo de basquete hoje em dia. Quando você tem muitos erros, fatalmente você não consegue ganhar. Essa é a nossa dor de cabeça momentânea. “
Estreia do Flamengo no NBB
Amanhã
São Paulo x Flamengo, às 16:10, no ginásio do Morumbi, em São Paulo. Ao vivo na TV Cultura e tempo real nas redes sociais do Garrafão Rubro-Negro.
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