Novos estrangeiros – A desconfiança e tolerância por parte do torcedor do orgulho da nação

Toda a temporada quando é anunciado o elenco para a disputa das principais competições, o torcedor se volta para observar o nome dos estrangeiros que irão fazer parte do time e sempre ocorre uma mistura de sensações por parte de quem analisa os nomes divulgados – desconfiança e tolerância. O Garrafão Rubro-Negro apresenta uma matéria especial buscando o debate sobre o motivo disso ocorrer dentro do basquete e ser cada vez mais frequente.

Além disso, apresentamos um panorama positivo do que foram os últimos estrangeiros que passaram pelo clube.

A desconfiança por parte do torcedor sobre novos nomes estrangeiros e isso ocorre também pelo desconhecimento de outros torneios

Quando um clube de futebol anuncia um jogador estrangeiro para o seu plantel é natural que apareça inúmeros vídeos com melhores momentos daquele jogador e essas imagens sendo acompanhadas com rótulos como craque, fera, monstro. Tudo isso para qualificar o reforço, mesmo que seja somente por imagens de jogos que foram selecionadas da melhor maneira buscando só ressaltar a virtude daquele estrangeiro.

Essa cultura do futebol quando é transferida pro basquete, o choque de realidade é outro. Se o reforço estrangeiro não já estiver atuando por outra equipe no Brasil. O que surge de comentários por torcedores nas redes sociais são perguntas inúmeras – Ele é bom? Melhor que o jogador X e Y? Um jogador que estava na Liga Mexicana seria um bom nome mesmo? Perguntas que são reflexo do não acompanhar muito de perto o que ocorre em outras Ligas, e isso também vale uma reflexão não somente aos torcedores, mas também para a imprensa especializada.

O Garrafão Rubro-Negro não é uma máquina que sabe todo o retrospecto dos jogadores ao redor do mundo e às vezes assim como o torcedor somos surpreendidos.

Em pergunta feita recentemente nas redes sociais do Garrafão Rubro-Negro tivemos a resposta que mais de 70% do torcedor não conhece os norte-americanos Dar Tucker e Brandon Robinson, os novos gringos do Flamengo para essa temporada.

A tolerância com os estrangeiros pelo torcedor rubro-negro que busca acompanhar a bola laranja mais de perto

Quem viu a Liga Argentina e as últimas edições da Liga das Américas e Champions League Américas está otimista com o que pode ser o novo Flamengo com a dupla formada por Brandon Robinson e Dar Tucker. Brandon Robinson conseguiu potencializar e muito o excelente time do Quimsa que tinha uma formação tática muito bem definida pelo treinador Sebastian Gonzalez.

Dar Tucker foi um dos grandes protagonistas da era hegemônica que o San Lorenzo teve na Liga Argentina e nas Américas. Sempre com ótimo desempenho nos jogos decisivos e desequilibrando seja nos arremessos do perímetro e nas infiltrações.

A questão da adaptação pode ser um fator que gere uma apreensão de quem os acompanhou de perto, mas o retrospecto de desempenho da dupla em outros países não tem motivos para deixar o torcedor desanimado, pelo contrário.

Retrospecto recente

Os argentinos que chegaram com certa desconfiança e ganharam a confiança do torcedor

Em 2013, o torcedor rubro-negro vivia com o rumor que o Flamengo estava buscando um armador argentino para reforçar o elenco naquela temporada. Muitos acreditavam que o nome seria de Facundo Campazzo, na época no Peñarol. Quando o clube anuncia Nicolas Laprovittola, jovem que tinha se destacado na Liga Argentina pelo Lanús, muitos se questionaram se ele poderia ser de fato protagonista do elenco rubro-negro.

Laprovittola mostrou desde o primeiro jogo que era um jogador diferente. Virou ídolo da nação, protagonista em jogos decisivos como o Mundial de Clubes e deixou uma imensa saudade na torcida.

Em 2018, o Flamengo voltou suas atenções para a Argentina e em busca de mais um hermano para assumir a posição de armador no time. E novamente alguns torcedores esperavam nomes como Jose Vildoza e Penka Aguirre, que estavam no San Lorenzo. Mas o Flamengo fez a escolha em Franco Balbi, que estava no Ferro Carril, e com uma leitura de jogo absurda dentro da Liga Argentina.

A primeira temporada de Balbi foi histórica e com uma frieza de decisão que o torcedor rubro-negro sentia um pouco de falta na armação da equipe em jogos de maior apelo. Não é a toa e também pelo seu profissionalismo que Balbi ganha a cada dia mais fãs do seu basquete dentro do Flamengo.

As apostas rubro-negras que pareciam ser boas no papel, mas em quadra não se confirmaram

Quando olhamos na era José Neto como comandante do time rubro-negro podemos ter alguns exemplos de estrangeiros que chegaram com uma boa referência, mas em quadra acabou não dando certo. Podemos citar o venezuelano David Cubillan, o norte-americano Hakeem Rollims e Tony Washam. Washam ainda foi campeão da Liga das Américas e do NBB pelo Flamengo em 2014, mas longe de ter um protagonismo que teve em outros tempos de Liga Argentina.

Cubillan não conseguiu repetir nem de perto o desempenho que teve dentro da seleção da Venezuela e por clubes locais do seu país.

Na era Gustavo De Conti é praticamente unanime a análise que o norte-americano Leron Black teve uma passagem pra lá de apagada e não repetiu a eficiência ofensiva que teve na sua participação na Liga Argentina.

As boas surpresas estrangeiras que acabaram ganhando o respeito do torcedor rubro-negro

Na primeira temporada de José Neto no Flamengo, o time sofreu com a baixa importante de Marcelinho Machado e buscou um estrangeiro para ajudar na rotação da equipe. E o nome escolhido foi o paraguaio Bruno Zanotti. Nome desconhecido pelos torcedores e pela imprensa especialista. Zanotti não somente se mostrou uma peça importante na campanha do Flamengo no  NBB dessa temporada e teve uma boa regularidade ofensiva e defensiva pelo time, inclusive anulando Robert Day na final da competição.

Na terceira temporada de Gustavo De Conti pelo Flamengo, o clube observou a necessidade de um novo ala-armador estrangeiro para integrar o plantel. A escolha para muitos seria algum norte-americano ou argentino de destaque na Liga Argentina. Mas novamente o time rubro-negro pensou fora da caixinha, da zona de conforto, e foi buscar o mexicano Luke Martinez, um dos ídolos da história do Soles, da Liga Mexicana, e um dos nomes da seleção local. Luke Martinez foi um dos protagonistas da temporada que o Flamengo ganhou tudo.

Avaliação simbólica dos estrangeiros que passaram pelo Flamengo a partir de 2012

Ótimo desempenho – Nicolas Laprovittola, Jerome Meyinsse, Walter Herrmann, Franco Balbi, Luke Martinez

Bom desempenho – Kojo Mensah, Bruno Zanotti, Jason Robinson, Ronald Ramon, Chuzito Gonzalez, Kevin Crescenzi, David Nesbitt

Fraco desempenho – Tony Washam, Hakeem Rollins, David Cubillan, MJ Rhett e Leron Black

*Em razão da temporada 2019/2020 não ter terminado em quadra seria errado uma análise mais simbólica sobre o desempenho de Zach Graham, Panchi Barrera e Eloy Vargas. O trio teria um potencial de crescimento na sequência do NBB e da Champions League Américas.

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