Os jogos oficiais do time profissional estão previstos apenas para o começo de setembro e até lá muitos treinos e exames médicos serão realizados em todo o elenco. E alguns desses jogadores já começaram esse processo bem antes – Franco Balbi e Vitor Faverani. Os dois tiveram lesões recentes e estão no processo de recuperação física e técnica dentro do clube. O Garrafão Rubro-Negro entrevistou Vinicius Lima, preparador físico do basquete do Flamengo que é liderada por Bruno Nicolaci, que falou como está a recuperação desses dois jogadores e a importância de ter uma boa estrutura médica em todo esse processo.
Vinicius Lima – preparador físico do Flamengo
Primeiramente, Vinicius como surgiu a oportunidade para integrar o grupo de preparadores físicos do basquete do Flamengo? E como tem sido pra você o aprendizado desde que chegou ao clube?
Logo depois que eu me desliguei do clube que eu trabalhava aqui no Rio de Janeiro, o Diego Jeleilate me ligou, a gente conversou um pouco, queria marcar uma conversa comigo de forma presencial e me convidou para ir até o clube. Me reuni com o Diego e a Isabel, a gente conversou bastante sobre a forma de trabalho, a estrutura, me falaram que estavam me contratando não somente para ajudar a categoria de base, mas também dar todo um suporte para a categoria adulta. Depois fiquei mais uma semana acertando os últimos detalhes com o clube e acabamos acertando. Eu comecei no Flamengo em setembro de 2019.
Sobre o aprendizado, eu vejo como uma oportunidade muito grande. A gente quando chega no Flamengo e trabalha nesta parte de controle de preparar os atletas a gente depende muito de ter uma estrutura bacana. A gente precisa ter uma boa relação interdisciplinar seja com a parte física, medicina, psicologia e com a nutrição, isso está sendo muito bacana. O aprendizado maior está sendo essa troca entre profissionais e também a oportunidade de estar fazendo parte e contribuindo para a equipe adulta. E recebemos muito conteúdo atual visando como trabalhar da melhor maneira na parte física dentro do cenário que o basquete representa hoje. Só tenho a agradecer ao Gustavo, Diego e presidência do Flamengo, a diretoria do Flamengo, o Marcelo Vido, todos me receberam muito bem. Me deram uma liberdade de trabalho muito bacana. Isso ai tem me ajudado bastante a colocar em prática tudo aquilo que eles me propuseram a fazer. Estar gerindo todas as categorias de base e dar o suporte necessário a equipe adulta.
Nessas últimas semanas temos observado você orientando e ajudando o argentino Franco Balbi no seu recondicionamento físico após a grave lesão que o armador sofreu. Como está sendo essas atividades com o Balbi e o que você diria sobre o atual momento físico do jogador argentino?
O Franco Balbi começou há duas semanas um trabalho dentro da quadra de corrida linear, para frente para trás, para um lado e para o outro, isso ai foi bem legal, um avanço bem significativo pra gente, ele está na décima quarta semana de recuperação, de recondicionamento. Hoje no que se refere ao estado físico, ele não sente dor, ele tem condição de implantar uma sobrecarga no seu treino físico, ele já consegue fazer agachamento com carga, ele já consegue fazer já um trabalho com bola e isso ele está fazendo junto com o Fred. Tem caminhado muito bem a recuperação dele e estamos bem otimistas pra que todo o tempo das fases necessárias que ele vai passar até poder retornar a treinar com o time. A gente espera entregar isso dentro de um prazo e sempre respeitando os protocolos que são determinados pelo médico e o fisioterapeuta e também contém essas fases da evolução física dele.
Um outro jogador que vem trabalhando a parte física nessas semanas é o pivô Vitor Faverani. Como você avalia o processo com o Vitor? Tem alguma semelhança ao que vem sendo praticado com o Franco Balbi ou é completamente diferente?
Bom o trabalho do Vitor Faverani eu digo para todos que foi um case para nós, um grande desafio para todos nós e para ele também como atleta. A gente pode dizer que tem uma história a contar em relação ao Vitor. O cenário dele é de um atleta que estava há dois anos parado. Ele passou esses dois anos parado, mas sendo um ano ele passou com o ligamento dele lesionado, após esse um ano ele operou. Sendo que esse processo de pré-operatório e pós operatório ele não fez nenhum desses dois como o processo da fisioterapia. Após esse um ano parado ele veio para nós e sendo desafiado a retornar as quadras e fazer todo esse tratamento. O Flamengo recebeu ele de braços abertos, o acolheu. Ele é um cara muito legal de se trabalhar, é alegre, divertido e tem uma disciplina, determinação admirável. A condição do Franco Balbi comparado ao Faverani é bem diferente por esse cenário. O Faverani ficou dois anos parado, inativo, essa é a grande diferença.
Para encerrar, para quem não conhece muito a estrutura interna do basquete do Flamengo, o que você poderia falar a respeito do que o clube oferece para ajudar da melhor maneira a atividade física dos atletas no seu dia a dia? O CUIDAR acaba sendo um grande diferencial mesmo comparado as outras estruturas que você já teve a oportunidade de trabalhar?
É muito difícil de ter no Brasil hoje uma estrutura como se tem no Flamengo. Hoje a gente tem o CUIDAR que nos ampara e tem a união de disciplinas como a medicina, fisioterapia, nutrição, psicologia, e outras que acabem por contribuir para que tudo funcione de uma maneira bem harmoniosa. Existe uma comunicação bem interessante entre essas disciplinas. Isso favorece muito para que o trabalho seja enriquecido e tenha mais qualificação naquilo que a gente faz. Hoje a gente tem uma quadra praticamente zero e de nível internacional para que a gente possa treinar, a gente tem uma academia super equipada com equipamentos de alto nível, temos equipamentos de monitoramento de cardíaco, temos equipamentos específicos de avaliação para o basquete que são as fotos células, a gente tem uma plataforma de força que vai avaliar a diferença de força entre membros quando você vai a mecânica deles e a diferença entre o membro da direita e da esquerda como também no agachamento. A gente é muito vasto na estrutura. E a forma que o CUIDAR funciona é sensacional. O que ela oferece e como ela recebe o atleta. Dando um exemplo seria como uma pessoa tivesse o melhor plano de saúde do Rio de Janeiro e fosse atendido em um hospital cinco estrelas. Eu vejo meninos da categoria Sub-13 e Sub-15 e que acabam saindo dali surpresos pela forma que são atendidos. Não só o Vitor Faverani, mas todos os atletas que chegam no clube são surpreendidos pela forma que são recebidos e atendidos no CUIDAR, eles recebem todas as avaliações e conseguimos planejar juntos como será a nossa pré-temporada.