Na próxima semana, a seleção brasileira entrará em quadra novamente em mais uma janela da eliminatória para a Copa América. Em razão da pandemia da Covid-19, o formato inicial da competição foi completamente reformulado e o Brasil irá atuar na bolha de Buenos Aires e terá pela frente a equipe do Panamá e do Paraguai. O Flamengo teve 5 jogadores convocados para a seleção e também algumas ausências sentidas pelos torcedores. O Garrafão Rubro-Negro conversou com exclusividade com o técnico Aleksandar Petrovic sobre os jogadores do Flamengo que estão na lista, o técnico explicou as ausências e falou um pouco sobre o futuro do basquete brasileiro dentro de quadra.

Aleksandar Petrovic – técnico da seleção brasileira

Primeiramente, Petrovic qual é sua expectativa para os jogos da eliminatória da Americup, em Buenos Aires, no final de novembro? Ter que atuar em uma bolha como será na Argentina é algo que te deixa menos preocupado nesse momento da pandemia da Covid-19?

“Falando os objetivos dessa janela da Americup é que queremos ganhar ambos os jogos. É muito importante essa qualificação como também alguns jogadores que poderão entrar no futuro e atuar em um Pré-olimpico e Jogos Olimpicos. Então essa qualificatória para a Copa América se torna muito importante. Ganhar esses dois jogos já significa se classificar matematicamente, então essa será uma boa oportunidade para os jogadores que estarão ali. E como todo mundo eu estou preocupado com essa pandemia, temos que entender o que está passando, viver, jogar e torcer para que no futuro a gente encontre uma vacina e possamos voltar a uma normalidade.”

Petrovic falando dos jogadores do Flamengo que foram convocados. Como tu vê a importância do Yago Matheus, Jhonatan Luz, Léo Demétrio, Rafael Mineiro e Pedro Nunes nesse momento da seleção brasileira?

“ Sobre os cinco jogadores do Flamengo que estão nessa janela da Copa América. Alguns deles já estavam em outras listas. Jhonatan Luz está três anos consecutivos na minha lista. Léo Demétrio participou da última janela que foi em fevereiro. Além do Jhonatan, do Léo, tenho que falar do Rafael Mineiro que é um jogador que eu gosto muito e por isso quero contar com ele sempre em alguma lista.  E falando do Pedro Nunes é um jogador jovem, de 20 anos, que vejo muito futuro e acredito que ela possa contribuir com coisas muito boas.”

Vários torcedores sentiram a ausência do Marquinhos e Rafael Hettsheimeir na lista para os jogos da Americup. Esses dois nomes estão sendo preservados por você para a disputa do Pré-Olimpico em 2021?

“Como tudo mundo sabe essa é uma janela para jovens jogadores. Eu quero que jogadores como Rafael Mineiro e Jhonatan Luz possam ajudar esses jovens, pois não se pode fazer uma lista somente com jovens. Penso que isso é uma boa mescla para esses dois jogos e essa janela. Falando sobre Marquinhos e Hettsheimeir são veteranos e quando acabar essa temporada podem ter a certeza que conversarei com ambos para saber o seu momento físico, não tenho dúvidas que eles terão vontade de jogar e conto com os dois para atuarem pela seleção no Pré-Olimpico.”

Nos últimos anos temos percebido um número cada vez maior de jovens argentinos (Leandro Bolmaro, Luca Vildoza) atuando na Liga ACB, na Espanha, e em outras ligas europeias. Já se tratando de jovens brasileiros não vemos esse número no mesmo de patamar. Essa falta de intercambio dos jovens brasileiros em grandes centros do basquete da Europa é algo que te preocupa? Você internamente quando está em contato com eles já chegou a sugerir que uma ida para o basquete europeu pode ser fundamental para o crescimento do seu basquete dentro de quadra?

“Uma coisa boa é provar algo diferente e agora temos três jogadores jovens atuando na Espanha como o Vinicius Junior, temos jovem que está no Baskonia e temos um jovem armador que está no Unicaja. Cada vez mais eu vejo jovens brasileiros entrando nessa órbita de como está treinando e jogando na Europa. Para mim isso é muito importante. Faz dois anos que eu aconselhei o Leo Meindl a ele sair da sua zona de conforto e provar outras coisas. Eu penso que essa mudança de ar, o Leo Meindl poderá atuar bem. Eu acredito que qualquer jogador que possa atuar na Espanha acaba adquirindo uma bagagem de experiência, de técnica e tática diferente do que ele vinha trabalhando no Brasil.”

Para encerrar, com a indefinição da NBA em relação a temporada 2020/2021 existe a chance de jogadores importantes não participarem do Pre-Olimpico. Esse panorama é algo que já te preocupa? Quais serão os critérios para essa convocação, você acredita que o aspecto físico poderá ser levado mais em consideração diante de uma temporada das franquias tão atípica em virtude da Covid-19?

“A NBA podemos falar claramente algumas coisas já. Sabemos que ela vai começar no dia 22 de dezembro e o Pré-Olimpico temos que aguardar para saber se o jogador não estará disputando o playoff da NBA. Temos que avaliar cada caso, pois cada caso na NBA é diferente. Agora mesmo o Didi que está atuando na Austrália e ele estará dentro do planejamento do Pré-olimpico e eu tenho que aguardar para saber que posição estará o Chicago Bulls, se poderei contar com o Cristiano Felicio. E temos que aguardar quais serão as equipes que irão atuar tanto o Bruno Caboclo e o Raulzinho Neto. A principio eu conto com esses quatro jogadores. E temos que ver em que posição chegarão suas equipes, pois se ele chega numa final de conferência, ela não poderá participar do Pré-Olimpico. Uma coisa boa é que a NBA terá um calendário com 72 jogos e começará no dia 22 de dezembro. Queremos contar com esses jogadores para se somar com os jogadores veteranos e alguns desses jogadores que fazem parte da lista da eliminatória da Copa América.”

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