O Flamengo segue dando continuidade aos treinamentos físicos, táticos e técnicos da sua pré-temporada visando a estreia no Campeonato Estadual no final desse mês. Novas peças chegaram e os ajustes estão sendo feito dia a dia para tornar a equipe ainda mais competitiva dentro de quadra. O Garrafão Rubro-Negro entrevistou com exclusividade o técnico Gustavo De Conti que falou dessas primeiras semanas de treinamento.

Gustavo De Conti – treinador

Primeiramente, Gustavo, qual a avaliação que você faz dessas duas primeiras semanas de pré-temporada do Flamengo? E como é pra você voltar a trabalhar ainda nesse momento de pandemia sabendo que qualquer atleta ou membro da comissão técnica ainda está risco de contrair a Covid-19?

“Nunca vivemos nada parecido com o que estamos passando nesse momento, por isso as decisões principais devem ficar nas mãos dos especialistas, como está acontecendo no Flamengo. Os médicos estão direcionando toda a estadia e convivência desde a entrada no clube, e até mesmo com as orientações fora do Flamengo. Está sendo bem diferente de tudo o que já vivemos, mas temos a consciência que estamos seguros e que precisamos voltar às nossas atividades.”

Falando da pré-temporada, em anos anteriores e diante de uma outra realidade, o Flamengo chegou a disputar torneio da G-League no Uruguai como também amistoso contra o Orlando Magic. E em razão da pandemia esse cenário de bons torneios preparatórios ou jogos acaba não sendo muito viável. Quanto a falta desses jogos pode atrapalhar a preparação do Flamengo visando chegar melhor taticamente e fisicamente para a Champions League Américas e o NBB?

“Não sabemos mensurar o quanto isso vai impactar no nosso início de temporada e na final da BCLA, porém sabemos que estaremos em um patamar muito parecido com os nossos adversários, pelo menos nesse sentido de realizar amistosos e torneios internacionais. Vamos tentar minimizar essas perdas, com o Campeonato Carioca e com amistosos preparatórios, que já estamos nos movimentando para realizar.”

Um dos grandes objetivos do Flamengo nessa temporada é a final da Champions League Américas. A final anteriormente estava prevista para o final de outubro e agora não tem data. Como essa indefinição acaba por atrapalhar o planejamento do time? E a disputa da final sendo apenas em 2021 pode gerar um acumulo ainda maior de jogos, isso é um fator que preocupa a comissão técnica?

“O Flamengo tem como prioridade total a final da BCLA e fez todo o planejamento da temporada pensando em jogar no final de outubro ou, mais tardar, na primeira semana de novembro, conforme comunicado pela FIBA desde o início. Contratamos e voltamos a treinar, principalmente pensando nesse objetivo, e acredito que assim acontecerá, pois o NBB voltará no meio de novembro e a LNB Argentina voltará no início de novembro, ou seja, os clube já estarão aptos e treinando.”

Você desde a época do Paulistano se mostrou ser um fã do basquete argentino e na época do clube paulista contou com Daniel Hure no elenco. Já no Flamengo sugeriu o nome de Franco Balbi e nessa temporada teremos a presença de Luciano Gonzalez. O que você poderia falar sobre o Luciano Gonzalez? E o que te chama mais atenção quando você analisa um perfil de jogador argentino no basquete?

“Luciano é um jogador acostumado a disputar títulos e com grande experiência em equipes de alto nível, principalmente nos últimos anos. Além disso, ele se encaixa bem nas questões técnicas e táticas que precisamos para essa temporada no Flamengo, sendo um grande arremessador, mas também podendo pontuar de outras formas, sendo agressivo ao aro, por exemplo. É um jogador que eu sigo há alguns anos e foi bom que nessa temporada ele pôde se juntar à nossa equipe, creio que vai contribuir bastante.”

Na montagem do elenco dessa temporada, parte da torcida olha com certa desconfiança no potencial do jovem Pedro Nunes. Que características dele como jogador você poderia pontuar? Entre os jogadores do atual elenco, ele é o jogador que você deslumbra que pode acabar jogando taticamente em várias posições pela altura que ele tem?

“Acho que é normal a torcida perceber o Pedro dessa forma, pois na verdade não o conhecem como eu o conheço. Eu não tenho nenhuma dúvida de que trata-se de um excelente jogador, não só com potencial, mas já pronto para vestir o Manto do Flamengo em jogos importantes durante a temporada. Ele tem bom arremesso, ótimo físico, é agressivo, vai bem nos rebotes, se precisar conduzir a bola e organizar a equipe, enfim, o Pedro está totalmente nos nossos planos e terá uma função e um espaço importantes nessa temporada. Eu o vejo com um futuro promissor não somente no Flamengo, mas também na Seleção Brasileira.”

Para encerrar, os jogos de basquete que voltaram a ser realizados como na Liga ACB e na NBA estão sendo sem público. Como você analisa o basquete ser jogado sem público? No plano de flexibilização do Governo do Rio de Janeiro prevê o retorno de 30 % do público nas competições esportivas na fase 6, você seria contra ou a favor a essa medida?

“É obvio que eu entendo as questões sanitárias e respeito profundamente tudo isso. Isso está em primeiro lugar e ponto final. Dito isso, minha sensação é que o fator mais importante em qualquer esporte é a torcida, e quando se trata de Flamengo, isso pode ser multiplicado por 1 milhão, pois não existe Flamengo sem a torcida, não existe Maracanã sem a torcida do Flamengo e não existe Maracanãzinho sem a torcida do Flamengo. É um período triste que estamos passando e que ainda vamos viver mais um pouco, mas, sinceramente, eu espero que acabe logo e possamos contar com os nossos torcedores nos ginásios e estádios o mais rápido possível.”

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