O basquete do Flamengo comemora 100 anos em 2019 e como ela foi enriquecida em vários momentos por esses personagens que tiveram que superar todo o tipo de preconceito para se tornarem vencedores dentro de quadra e consequentemente campeões na vida. O blog Garrafão Rubro-Negro presta uma homenagem a alguns desses jogadores, abre uma reflexão sobre o tema e afirma que a luta contra o racismo não pode ser somente de um grupo, mas de todos que querem uma sociedade melhor.
Almir Gerônimo e seu talento absurdo à disposição do Flamengo na conquista do Estadual em 1994
A nova geração que passou acompanhar o basquete rubro-negro recentemente talvez não tenha a real noção do quanto foi importante a presença do Almir no elenco do Flamengo no inicio da década de 90. Ele foi um dos grandes protagonistas da conquista estadual em 1994, o time na época era comandado por Miguel Ângelo da Luz.
Nessa data de hoje nada mais justo que prestar uma homenagem a Almir e o quanto ele contribuiu para a história do Flamengo.
Pipoka e o norte-americano Askia Jones – uma dupla que foi importante no título estadual de 1998
A história rubro-negra no estadual sempre contou com jogadores negros no seu elenco e na edição de 1998 isso não foi diferente. Pipoka, um dos grandes jogadores do basquete brasileiro, e o norte-americano Askia Jones foram importantes no sistema de jogo do técnico Zé Boquinha e ajudaram o Flamengo a conquistar o Estadual daquele ano contra o Vasco.
Os estrangeiros que passaram pela história do basquete do Flamengo e deram sua contribuição para a equipe
Cubano, dominicano, norte-americanos e venezuelano – essas são algumas das nacionalidades que contribuíram com o basquete do Flamengo. Nomes que poderíamos citar Marc Brown, Amiel Vega, Jerome Meyinsse, entre outros. Eles que tiveram que superar além do próprio preconceito racial como também tiveram de lidar com a xenofobia de algumas pessoas.
Nesse dia 20 de novembro, nada mais justo que fazer uma reflexão na luta contra o racismo, mas também uma luta contra a xenofobia. Todos de alguma forma sempre poderemos aprender com qualquer nacionalidade.
A luta diária contra o preconceito por parte dos jogadores que integram o elenco adulto e a base do Flamengo
Uma sociedade cada vez mais doente de valores, o espaço para os preconceituosos acaba sendo exposto em tudo que é rede social e reverbera cada dia mais. E esse panorama que jogadores que hoje integram o elenco adulto e a base do Flamengo tem que lidar no seu dia a dia. Para alguns podem ser normal tratarem o seu semelhante com apelidos como “negão”, “preto”, mas somente os jogadores que são negros sabem o quanto isso pode ser ofensivo a eles. Não temos o total discernimento de diferenciar o limite da nossa liberdade com o outro.
Expressões que no passado eram vistas como normais, hoje acabam por estimular o aparecimento de outras e isso só estimula o crescimento do racismo, que embora velado em boa parte das vezes, mas quando se mostra acaba sendo uma das coisas mais nocivas e abomináveis na nossa sociedade.

Toda critica ao desempenho profissional do jogador em quadra é sempre válida, independente da sua cor, mas é sempre necessária uma palavra fundamental em falta na nossa sociedade atualmente, o limite. Limite em saber até que ponto vai a nossa liberdade de expressão e quando acabamos extravasando o que pensamos e deixamos evidente alguma forma de preconceito. Chega de preconceito. O racismo dói não somente a quem recebe, mas também incomoda a todos, seja familiares, amigos e a sociedade como um todo. Precisamos evoluir e cada um pode ser uma peça importante em todo esse processo.