Entre 2013 e 2014, o torcedor que já acompanhava de perto o basquete pode vivenciar uma verdadeira atmosfera diferente nos jogos. Era difícil não ter um jogo com excelente público no ginásio do Tijuca Tênis Clube e acabou virando uma rotina de um excelente programa pra família rubro-negra ir nos jogos. A partir de 2015, esse cenário já começou a mudar e o público vem tendo uma queda constante na fase de classificação dos torneios e tendo uma boa melhora apenas nos playoffs.
O bom público no basquete em razão do mau momento do futebol em campo
Muitos torcedores rubro-negros tem esse argumento quando questionados o motivo do basquete não ter mais um bom público atualmente. Alegam que o basquete “surfou” na onda do futebol rubro-negro não ter bons resultados entre 2013 e 2014 e acabou a modalidade ganhando apelo em quadra não somente pelos jogadores que faziam parte daqueles elencos, mas também pelo bom basquete apresentado.
O futebol nos últimos anos está vivendo seu auge, o basquete também continuou seu protagonismo tanto nacional e internacional. Agora fica a pergunta por ter a maior torcida do Brasil e uma das maiores do mundo, o basquete do Flamengo não deveria ter uma média consistente e boa durante toda a temporada, independente dos resultados do seu carro chefe, o futebol?
Arenas Olímpicas e campeão da NBA não ajudaram a elevar a média de público do Flamengo
Brasileiro como qualquer outra pessoa do mundo gosta de conhecer o que é novidade. O Flamengo contou com uma boa presença de público nos seus primeiros jogos na Arena Carioca 1 e Arena Carioca 2, na Barra da Tijuca. Mas logo depois que a novidade perdeu o seu efeito, o público teve uma queda considerável nos jogos da equipe.
E vale lembrar que em algumas dessas temporadas que o clube mandou boa parte dos jogos na Arena Carioca 1, o time contava com o pivô Anderson Varejão, campeão pela NBA, e nem mesmo com ele em quadra na sua primeira temporada pelo Flamengo não elevou o público presente nos playoffs da temporada 2017/2018.
O público presente é reflexo do que é apresentado dentro de quadra pelo Flamengo
Claro que tem que ser levado em consideração alguns resultados em algumas temporadas que frustraram demais a expectativa da nação em quadra e acabaram por desanimar a sua ida em sequencia nos jogos. Podemos citar derrotas para o Olimpia, do Paraguai, e para o Instituto de Córdoba, em fase semifinal de Liga Sul-Americana, no Rio de Janeiro. E mais recentemente podemos citar derrotas para o Minas, na Copa Super 8 e Champions League Américas.
Essa sinergia entre elenco e torcida quando ocorre é fato que o Flamengo é mais forte, mas quando ela não ocorre e a torcida não se sente convencida do que vê em quadra e não se sente muito representada, o reflexo não poderia ser outro, ginásios mais vazios, com apenas a presença dos mais fanáticos pela bola laranja.
Ingresso “barato” mantido nas últimas temporadas e a promoção vigente meio escondida do grande público
Se for feito um levantamento no preço médio dos ingressos dos times participantes do NBB, o Flamengo segue sendo um dos clubes que cobra mais barato. A realidade é que mais de 70% do público presente nos eventos esportivos no Rio de Janeiro acabam por pagar meia entrada, além de vários grupos serem contemplados pelas gratuidades conforme lei municipal e estadual vigente.
E desde 2013 segue mantida uma promoção para a maioria dos jogos do Flamengo como mandante no Rio de Janeiro, quem for com o manto sagrado paga o valor de meia entrada nos jogos. Isso é divulgado no dia dos jogos, nas bilheterias do ginásio, ou seja, o valor real do ingresso do basquete do Flamengo na real não é de 40, 30 reais, e sim, de 20 e 15 reais.
Pandemia prejudicou a temporada que poderia selar a volta do excelente público nos jogos do Flamengo
A temporada 2020/2021 que ainda contava com restrições de público no ginásio acabou impedindo o torcedor rubro-negro de vivenciar de perto um elenco que entrou para a história. O time que ganhou tudo, só teve o carinho mais próximo do torcedor através de mensagens nas redes sociais. Já no ginásio, o basquete apresentado ficou restrito a imprensa, dirigentes e alguns convidados. A exceção dessa temporada foram os jogos da fase final da Champions League Américas, na Nicarágua, na qual uma boa média de público assistiu o Flamengo vencer os jogos e a grande decisão contra o time da casa.
Caso já tivéssemos uma outra realidade sanitária, é quase certo afirmar, que essa temporada citada acima poderia ter sido da redenção e da volta de uma fidelidade maior a modalidade.
Playofss do último NBB e os jogos do SESC Flamengo acentuam a importância do Tijuca como uma das casas principais da torcida do Flamengo
Esporte olímpico precisa muito da construção e fidelização de uma identidade. E o fato é que para muitos torcedores, atmosfera que o ginásio do Tijuca Tênis Clube proporciona não tem igual, ainda mais pela acústica e o caldeirão que vira o lugar nos jogos. Na última temporada, foram raros os jogos que a equipe de vôlei do SESC Flamengo não teve um excelente público nos jogos, Time buscando corresponder as expectativas, se superando nas suas limitações e a torcida apoiando.
O mesmo cenário também se viu na fase inicial dos playoffs do NBB, a torcida soube abraçar o Flamengo contra o Paulistano e o Minas, o time soube dar um retorno positivo para a nação com boas atuações coletivas no Tijuca.
Esses dois exemplos, só deixaram claro que o clube mais do que nunca precisa ficar atento ao que o seu torcedor compra, consome de ideia e que sinais de identidade ele quer para aquele momento. Forçar ou não saber promover um jogo, um ginásio como palco, pode ser um verdadeiro tiro no pé na construção dessa sinergia.
Comunicação e marketing do clube poderiam ser melhores, mas torcedor não pode ser refém da mídia oficial do clube
A autocritica em qualquer meio profissional é sempre importante para a evolução de todos os processos, a boa comunicação não deixa de ser um bom investimento. Ou seja, a comunicação do Flamengo pode sim melhorar em alguns fatores, mas o torcedor ainda mais pela presença das redes sociais e veículos independentes que existem atualmente não pode se queixar muito da desinformação.
O que o torcedor precisa aprimorar é seu filtro no que consome de informação. Vê quem busca de fato a construção de um bom conteúdo da modalidade como o basquete por exemplo, a quantidade de acertos em determinadas informações, a sensibilidade em não fazer de tudo que é publicado um caça likes ou polemicas.
Esporte olímpico no Brasil e no mundo tudo no geral exige uma sensibilidade maior no trato da informação, ainda mais por ter um publico consumidor menor comparado ao futebol e também pela realidade financeira de cada projeto ser diferente, assim como a folha salarial dos times. Você não precisa no caso evidenciar que o Flamengo é um dos maiores orçamentos do basquete dentro do país e uma outra equipe de outra região brasileira tem a folha salarial que é 20 vezes menor. Incentivar ou incendiar o debate pode ter seu lado positivo, mas emocionar os haters que existem nessas redes acaba não sendo bom para nenhuma das partes no final das contas.
Os veículos tradicionais, independentes e a mídia oficial do clube estão aí, ativas, cada um com sua forma editorial e de trabalho bem singular, cabe o torcedor e fã de basquete apoiar quem faz de fato um trabalho sério na valorização de um bom conteúdo e saber filtrar o que de fato pode ser descartado.
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O time precisa ser superior ao da Franca.
Há que se encorpar o elenco.
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