“Quem sonha junto, sobe junto, ninguém sonha junto sozinho nesse mundo…” – esse trecho de um sucesso recente do rap Emicida serve muito bem para ilustrar o clima da comunicação toda do Flamengo no embarque para o Egito para a Copa Intercontinental. O trabalhar junto, a sinergia de contar a história e sonhar com o final feliz. E no fim, tudo deu certo.
O Garrafão Rubro-Negro apresenta essa matéria especial com alguns personagens da comunicação do clube que fizeram parte desse processo, apresentaremos alguns bastidores, curiosidades e eles com o espaço de darem uma palavra de incentivo aos jovens que sonham em trilhar o caminho do jornalismo esportivo dentro do Brasil nesse momento.
Helena Petry – Assessora de comunicação do basquete do Flamengo
Primeiramente, quem acompanha o basquete do Flamengo sabe que a conquista do Mundial começou bem antes com a conquista da Champions League Américas. Como foi pra você fazer parte e informar aos torcedores toda a campanha rubro-negra na campanha da Champions League Américas lá na Nicarágua?
“Foi um desafio muito recompensador. Qualquer competição internacional tem um peso grande pro clube e, consequentemente, pra torcida. Poder acompanhar a equipe de perto e levar detalhes dos treinos, jogos e bastidores para a Nação é um privilégio sempre, principalmente em uma competição tão importante. Acho que a parte que mais me toca é a oportunidade de mostrar os atletas e essa comissão técnica tão esforçados e competentes, no auge do seu trabalho, dar a visibilidade que merecem. Eles passam por tantas provações ao longo da temporada, por uma pressão absurda, dias e dias seguidos longe da família, sempre se colocando no limite físico e psicológico pra extrair o melhor de si e dos companheiros… observar isso de perto e fazer parte desse processo é uma experiência incrível.”
A conquista do Mundial no Egito foi histórica, mas poucos sabem o dia a dia de uma cobertura de um torneio dessa magnitude. Como foi o processo de cobertura da assessoria de comunicação do Flamengo no Egito? O protocolo rígido que deixou o time entre hotel e ginásio foi algo que prejudicou a produção de conteúdo ou acabou servindo de estímulo para ser mais criativo no processo de criação?
“O esquema de bolha nas competições FIBA realmente impõe algumas limitações – justas e necessárias diante do cenário difícil que ainda vivemos. Entretanto, a diretoria e a comissão técnica do FlaBasquete, assim como os jogadores, entendem a importância do trabalho da comunicação e, no Mundial, permitiram que o Gilvan de Souza (fotógrafo) e o Gabriel Nuffer (cinegrafista) acompanhassem comigo o dia a dia do time dentro da bolha, com todo acesso às atividades da equipe. Isso foi fundamental pro trabalho realizado no Egito, pois tivemos registros de todos os passos do FlaBasquete na competição. Esse contato próximo é um estímulo sim, já que inspira muito a criatividade. Poder fazer parte da rotina dos atletas e observar a interação entre eles nos dá ideias de conteúdos diferentes, que fogem do que vemos na quadra. A ideia para os vídeos que fizemos com os jogadores aprendendo a falar árabe, por exemplo, veio desse convívio.”

Sabemos que o basquete masculino tem mudado seu panorama nos últimos anos e contado com mulheres na assessoria. Na sua opinião, como isso é importante dentro do jornalismo esportivo com esse aumento da representatividade?
“Acho que esse aumento da presença feminina nos esportes é um movimento global e fico muito feliz que o Flamengo faça parte disso no basquete e em outras modalidades. Somos muitas mulheres no jornalismo e, cada vez mais, no ambiente esportivo. Estamos lutando por reconhecimento e espaço em praticamente todas as áreas, não apenas no esporte, e mostrar que é possível ocupar um espaço em um ambiente que ainda é majoritariamente dominado por homens é importante demais para que as próximas gerações de mulheres possam não só exercer suas funções onde bem entenderem, mas que possam exercê-las com respeito e credibilidade.”
Para terminar, qual recado você deixaria para as mulheres que acompanharam a cobertura do Mundial no Egito e que sonham em ser jornalistas na área esportiva dentro do Brasil?
“Não tem nada igual! Poder fazer parte de um evento esportivo como esse, um Mundial de Clubes, é uma realização na carreira de qualquer pessoa. Trabalhe muito, entenda que todas as pessoas oferecem oportunidades de aprendizado – não importa quem sejam e como essas oportunidades se apresentem – e busque inspiração em mulheres que você admire. Por mais que a sociedade muitas vezes incentive a competição entre nós, é importante criar um ambiente de apoio. Eu trabalhei e trabalho com mulheres incríveis e competentes, sem as quais tenho certeza de que não teria chegado onde estou. Só nós sabemos as dificuldades que passamos diariamente, dentro e fora do trabalho, e poder contar com quem vive as mesmas experiências é de imensa ajuda.”
Júlia Corson – repórter da FLA TV
A FLA TV desde o começo dessa temporada intensificou ainda mais a cobertura do basquete e podemos presenciar vários conteúdos interessantes feito com vocês com os jogadores. Como está sendo pra você esse tipo de cobertura e a receptividade dos jogadores durante a temporada?
“A Fla TV intensificar a cobertura do basquete está sendo uma experiência incrível. Eu particularmente sempre gostei da modalidade e poder acompanhar todos os jogos até a conquista do mundial foi realmente um marco. Vejo também um interesse cada dia maior da Nação no FlaBasquete, tanto na audiência das transmissões quanto nas arquibancadas do Maracanãzinho. Foi muito legal ver a torcida cantando, incentivando e até mesmo recebendo o time no aeroporto e na Gávea. É o Orgulho da Nação né, nada mais justo que acompanhar, isso faz toda diferença. Os jogadores também tem sido super receptivos, sempre muito participativos nas entrevistas e no dia a dia durante a cobertura do mundial. Com isso, a gente tem permitido também que a Nação se familiarize com cada um deles e a gente vê isso no final das partidas, com os torcedores querendo sempre tirar fotos e vídeos com os jogadores. Acho que ampliar a cobertura do basquete na Fla TV permitiu também essa proximidade do torcedor com os jogadores.”
A conquista Mundial no Egito foi histórica, mas poucos sabem o dia a dia de uma cobertura de um torneio dessa magnitude. Como foi o processo de cobertura da assessoria de comunicação do Flamengo no Egito? O protocolo rígido que deixou o time entre hotel e ginásio foi algo que prejudicou a produção de conteúdo ou acabou servindo de estimulo para ser mais criativo no processo de criação?
“Bota histórica nisso! O dia a dia foi bem intenso. Trabalhar em campeonatos fora de casa já é mais cansativo do que nos em casa. No Egito, onde registramos TUDO, foi ainda mais puxado. Trabalhamos todos os dias, o dia inteiro. Fizemos vídeos da ida no aeroporto, dos treinos e até os momentos mais descontraídos como aulas de árabe e passeios nas pirâmides. Fora os jogos, claro. Tudo para gerar o melhor conteúdo possível pra Nação. Era muito importante a gente apresentar pro torcedor tudo que tava rolando até o final do campeonato. O protocolo rígido complicou um pouco a nossa dinâmica porque nem todos da equipe puderam ficar na bolha, mas entendemos que a saúde dos jogadores é prioridade neste momento tão complicado. No fim das contas, acabou dando super certo e conseguimos gerar conteúdos incríveis.”

Sabemos que o basquete masculino tem mudado seu panorama nos últimos anos e contado com mulheres na assessoria. Na sua opinião como isso é importante dentro do jornalismo esportivo com esse aumento da representatividade?
“Muito importante! Eu particularmente fico muito feliz em ver mulheres ocupando cargos no entorno dos esportes, podendo viver tudo que os profissionais do sexo masculino vivem há anos, como cobertura de campeonatos, viagens, treinos, dia a dia em geral. Ao meu ver, não deveria existir nenhum tipo de restrição na participação de mulheres no jornalismo esportivo, somos tão capazes quanto qualquer homem na profissão. E o trabalho da Helena com o basquete do Flamengo é incrível. Ela sempre nos ajuda bastante e é uma excelente profissional. Fico muito feliz em vê-la brilhando no trabalho dela e abrindo portas para que outras mulheres possam também conquistar o seu próprio espaço no basquete.”
Pra terminar, qual recado que você deixaria para as mulheres que acompanharam a cobertura do Mundial no Egito e que sonham em serem jornalistas na área esportiva dentro do Brasil?
“Vira e mexe recebo mensagens de meninas mais novas, que estão começando a faculdade de jornalismo falando que sentem que é possível trabalhar no jornalismo esportivo ao ver eu, Luana, Marina, Julie trabalhando com isso no Flamengo. Sempre fico lisonjeada porque sei como é importante essa representatividade num meio que – infelizmente – ainda é muito masculino e, consequentemente, muito machista. Conquistar o nosso espaço no jornalismo esportivo foi uma luta para as mulheres que vieram antes de mim e, provavelmente, ainda será para as próximas que surgirem. Mas ver que estamos cada vez mais presentes nas reportagens, assessorias e coberturas em geral, me deixa muito feliz, porque mostra que ta dando certo, que estamos conseguindo chegar onde queremos. As barreiras sempre serão maiores para nós. Sempre seremos mais criticadas e julgadas, mas ao mesmo tempo (e até por conta disso mesmo) a nossa conquista acaba tendo uma importância maior. Quando uma mulher garante seu espaço num meio tão masculino, não só está trabalhando com o que quer e merece trabalhar, mas está vencendo uma série de dificuldades do entorno deste trabalho. E isso não tem preço! Eu vibro demais com o aumento de mulheres nas assessorias, nas reportagens e em qualquer setor de esporte, na real. Essa representatividade é fundamental pras mulheres saberem que é possível, sim, vencer certas barreiras sociais e conseguir trabalhar com o que sempre sonharam.”
Thiago Julianelli – narrador da FLA TV na final histórica do Mundial contra o San Pablo Burgos
Primeiramente Thiago gostaríamos de saber como foi sua trajetória profissional até chegar a FLA TV?
“Primeiramente, agradeço demais pelo convite. É um prazer poder falar para o Garrafão Rubro-Negro. Bom, desde pequeno eu sempre fui apaixonado por esportes, assistia todos que passavam na TV, seja futebol, futsal, basquete, tênis, vôlei e muitos outros. E desde criança, eu já “narrava” minhas partidas de futebol de botão e também no videogame, era algo que eu já curtia fazer. E depois, mais pra frente, me formei em Jornalismo, para ficar mais perto do esporte. Minha trajetória na área esportiva começou lá em 2014, quando escrevia matérias para o site Jogada Ensaiada. Na mesma época, tive meu primeiro contato e primeira entrada ao vivo numa transmissão de web rádio, quando fiz o plantão de outros resultados durante uma partida. Porém, eu comecei a participar efetivamente de transmissões em web rádios a partir de 2015, seguindo até março de 2021, quando fui para a FlaTV. Durante esses anos, fiz transmissões por web rádios como RPC, Frequência Máxima, SRzd e Alternativa Esportes, cobrindo principalmente jogos de futebol, basquete e vôlei (entre narrações, reportagens e comentários). Foram muitas transmissões in loco e no estúdio, até que cheguei à FlaTV, onde estou atualmente, e onde, além do basquete, também já narrei futebol feminino e de base, vôlei, polo aquático, entre outros.”
A FLA TV desde a temporada passada e essa temporada tem buscado produzir mais conteúdos sobre o orgulho da nação seja com matérias e transmissões ao vivo. Como é pra você fazer parte dessa história e ter sua voz nos jogos da equipe rubro-negra em quadra e ter essa recepção tão positiva de nomes que marcaram a modalidade como o Paulo Chupeta e o Fred Santos?
“Primeiro, eu gostaria de pontuar o trabalho espetacular feito pela FlaTV na cobertura desse Mundial. Tivemos uma equipe que estava no Egito e outra aqui no Brasil, e além de transmitir os jogos em áudio, ainda teve várias edições do programa “FlaTV no Egito”, deixando o torcedor no clima da competição. Pra mim é uma satisfação enorme poder transmitir os jogos de basquete do Flamengo e acompanhar de perto a história que segue sendo escrita. É um privilégio muito grande, sempre sinto uma adrenalina inexplicável enquanto participo de uma transmissão. Também me sinto muito grato por tudo. Tive uma excelente recepção do Paulo Chupeta, que comenta os jogos e com quem tenho o prazer de dividir transmissões, e com quem aprendo muito sempre. O Fred Santos eu pude trabalhar junto na final da Copa Intercontinental, e também foi uma experiência muito positiva.”

A final do Mundial no Egito diante do San Pablo Burgos entrou para história e você foi a voz da FLA TV na grande final. Como você descreve seu sentimento de ter sua voz eternizada no canal oficial do clube nesse titulo tão grandioso? Você poderia dizer alguns bastidores desse dia? A ansiedade bateu forte até a sua chegada aos estúdios da FLA TV para fazer a narração da decisão ou existia um sentimento de confiança e tranquilidade muito grande?
“É um sentimento de muita alegria por ter tido essa oportunidade, foi emocionante a experiência de narrar a final e esse título fantástico. Confesso que eu estava muito ansioso pra que a bola subisse o mais rápido possível, que começasse logo a partida, para no final, levantarmos a taça. Sabe aqueles dias que você está esperando tanto uma coisa, que acaba acordando antes do despertador tocar? Pra mim foi assim no dia da final! Nós chegamos bem cedo ao estúdio da FlaTV e o sentimento era de muita confiança, mesmo enfrentando um time qualificado como o Burgos e respeitando o adversário, a gente acreditava que o Flamengo tinha sim – e teve! – muita qualidade para vencer e sair com o título.”
Para encerrar, alguns torcedores do Flamengo sempre nos encaminham mensagens para elogiar seu trabalho e dizendo que pretendem fazer jornalismo esportivo se espelhando em você. Qual mensagem você deixaria para esses jovens que pretendem ingressar no jornalismo esportivo no atual momento do nosso país?
“Fico muito feliz com esse retorno positivo, pois busco sempre fazer o meu melhor nas transmissões que participo! É muito gratificante. A mensagem que eu deixaria pra quem quer entrar nessa área é agarrar todas as oportunidades que aparecerem e dar 110% de si, pois é uma área que muitos querem seguir. Nunca desista ou permita que alguém diga que você não vai dar certo, se por acaso ouvir algo negativo, use isso como motivação. Outra coisa muito importante é ter abertura para feedbacks e críticas construtivas, que vão te ajudar a melhorar em algum aspecto. E algo que também considero muito importante: ter gratidão por cada passo dado, cada conquista e por aqueles que te ajudaram e acreditaram em você.”
Gratidão e o reconhecimento por parte de torcedores rubro-negros
A comunicação do Flamengo como qualquer clube tem seus acertos e erros. Mas poucos sabem a realidade e o suporte que a comunicação acaba dando aos jovens torcedores com seus ídolos dentro do esporte. E a jovem Isabella, uma das maiores fãs do basquete do Flamengo, em contato com o Garrafão Rubro-Negro gravou um depoimento especial para a assessora Helena Petry para agradecer todo o carinho que ela teve com ela em toda essa trajetória do orgulho da nação.
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