A Covid-19 a cada dia ganha novos capítulos sobre o seu impacto no organismo humano e como pode ser o seu processo de recuperação diferenciado em cada pessoa. E quando um atleta acaba tendo o contato com o coronavírus, a realidade não seria diferente. Com a preocupação de alertar e conscientizar a todos, o Garrafão Rubro-Negro conversou com o preparador físico Bruno Nicolaci e o ala Marquinhos sobre os impactos físicos da Covid-19, os dois que tiveram o coronavírus no final do ano passado e já voltaram as suas atividades.
Bruno Nicolaci – Preparador físico
1 – Primeiramente, Bruno Nicolaci qual seria o impacto que você analisa da Covid-19 no condicionamento físico dos atletas? A volta deles as atividades, o recondicionamento têm que ser gradual de fato?
“Realmente, a pandemia da COVID tem impacto direto em relação às limitações e restrições referentes ao distanciamento social, que tem efeito no condicionamento físico dos atletas.Isso tudo contribui para a redução da capacidade física desse atleta. Importante ressaltar que antes do retorno às atividades, todo atleta deverá passar por avaliações médicas, para então retornar às atividades físicas desportivas. O planejamento de retorno para esse atleta deverá ser de forma gradativa e individualizada, respeitando sua individualidade biológica. Até porque o vírus tem ações distintas em cada indivíduo. Todo controle de carga de treinamento é acordado com toda equipe multidisciplinar.”
2- Você teve contato com a Covid-19 e felizmente se recuperou assim como os demais atletas. Ter tido contato com o coronavírus você acredita que pode ter te ajudado no sentido de saber de fato o que os atletas te repassaram no que se refere a sintomas pós-covid, ou seja, ter um diagnóstico melhor de como proceder com as atividades direta com eles?
“Com certeza contribuiu para melhores informações e interpretações de sintomas, já que essa doença é nova para todo mundo. As análises dos sintomas e também da relação da percepção de esforço se tornam mais claras para todo controle de carga de treinamento.”
Marquinhos – ala
1- Marquinhos como foi pra você ter o choque do resultado positivo da Covid-19? E o que gerou mais de preocupação com você com o resultado positivo?
“Eu meio que encarei até com uma certa naturalidade por estar acompanhando direto como essa doença afeta as pessoas, e ela acabou me pegando num período em que eu estava com a imunidade um pouco baixa. Senti bem naquela semana que contraí, e até o primeiro dia que tive febre eu estranhei, aí quando senti o corpo mal, fraco, foi quando falei “caramba, peguei mesmo, é hora de me cuidar.”
2- Você já está curado da Covid-19 mas em outras entrevistas relatou que ainda tem alguns resquícios da Covid-19. Esse impacto da Covid-19 você diria que é apenas a questão fisica, o condicionamento?
“Sim, realmente estou curado da covid, mas esse pós é difícil. Logo na primeira semana que eu tive jogos na bolha em São Paulo, foram muitos na sequência, dez dias de treinos e jogos, eu senti muito cansaço, uma coisa fora do normal. Mas eu tentei lutar contra e logo tive essa questão da lesão também, que tirou um pouco o foco da covid. Essa questão do cansaço é muito difícil mesmo, parece que você está voltando para os primeiros treinos da pré-temporada, essa é a sensação.”

Até o momento, foram 6 jogadores do elenco profissional do Flamengo que tiveram contato com a Covid-19 e felizmente todos já recuperados, liberados para o retorno aos treinamentos.
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