O maior vencedor dentro da história do basquete do Flamengo, Marcelinho Machado está retribuindo tudo que o basquete lhe deu dentro das quadras através do projeto social “M4 nas Escolas”. O ex-capitão da equipe rubro-negra concedeu entrevista exclusiva para o blog Garrafão Rubro-Negro para dar todos os detalhes do seu projeto e a importância da atividade esportiva na formação dos jovens brasileiros.
Marcelinho Machado
A vontade de lançar um projeto social e os detalhes que levaram a criação do “M4 nas Escolas”
“A ideia do “M4 nas escolas” é antiga. Eu vinha há muito tempo querendo retribuir tudo o que o basquete me deu e proporcionou. O basquete ajudou a forma o caráter da pessoa que eu sou. Eu busquei seguir exemplos de vários projetos que já estavam acontecendo. Em 2012, quando eu tive a lesão no joelho, acabei saindo da rotina, eu tive mais tempo para pensar nesse projeto, me estruturei e procurei pessoas que tinham experiência em projetos sociais. Foi aí que me juntei ao Digo e ao Rio de negócios. Desde então foi criado o Instituto do Desporto e Juventude e a gente vem tocando isso. Então, o M4 nas escolas não foi uma ideia que surgiu depois que eu parei ou de um fato isolado. Surgiu quando eu passei a entender a necessidade que o Brasil está vivendo e essa falta de oportunidade que muitas crianças e adolescentes não estão tendo, a oportunidade de iniciar a pratica esportiva de alta qualidade. Nós bolamos o M4 nas escolas e ele saiu do papel nesse ano.”
A importância do M4 nas Escolas não somente na prática esportiva, mas também de formar melhores pessoas
“Eu acredito muito que a educação é a saída para o nosso país. Acredito que o esporte ajuda na formação do ser humano. Quanto mais a pessoa tiver contato com a modalidade esportiva isso ajudará essa pessoa a moldar o seu caráter e mostrará o que essa pessoa será no futuro. O M4 nas Escolas é muito mais que formar atletas, a ideia é dar acesso e esse contato com o esporte de uma forma muito bem pensada como estamos fazendo e para que tudo isso reflita no futuro dessas crianças e adolescentes que estão tendo contato com o esporte através do projeto. Não buscamos somente os alunos, mas queremos trazer as famílias deles em si, isso eu acho muito importante. A gente tem psicólogos, assistentes sociais, fazemos reunião com todos toda semana. Além do esporte em si, temos a preocupação de entender a realidade de cada aluno do projeto e tentar influenciar a vida deles da melhor forma possível.”
A parceria fundamental da Estácio de Sá e da BV negócios como suporte ao M4 nas Escolas
“Quando a gente idealiza um projeto, eu idealizo um projeto da melhor forma possível. E para que isso se torne realidade são necessárias parcerias para proporcionar essa estrutura que essas crianças precisam ter. Essa estrutura que nós enquanto atletas temos nos clubes e essa não é uma realidade na rede municipal de ensino no Rio de Janeiro. Sem a BV e sem a Estácio não conseguiríamos oferecer o nível de excelência que temos hoje para essas crianças e adolescentes. Além da reforma da quadra que tem um custo, a manutenção do projeto como a contratação de profissionais, materiais. Eu diria que além da parte financeira que engloba tudo isso que eu falei é entender que essas empresas estão juntas com a gente e abraçando o projeto. Elas nos ajudam na capacitação e na captação de novos recursos. São tantas frentes que essas empresas ajudam a gente que é muito mais do que eles botarem apenas o nome e nos ajudarem financeiramente. Nós sentimos muito bem respaldados pela Estácio e pela BV e ficamos felizes com a secretaria de educação que abriu as escolas para a gente.”

O M4 nas Escolas podendo ser um celeiro para revelar novos valores para o esporte brasileiro
“A relação de formação de atletas a gente não tem nada preparado com algum clube especificamente. Nós estamos atentos a todas as crianças e adolescentes que participam do projeto. E pintando essa possibilidade nós iremos buscar o que seja melhor para essa criança e adolescente. Sendo melhor ele ir para um clube próximo da sua residência e da sua escola, isso a gente irá organizar com mais carinho. Esse não é o nosso foco agora, estamos numa fase inicial do projeto, ele tem apenas 4 meses. A ideia que a criança possa ficar entre 1 a 2 no nosso projeto e ela tendo a certeza que é o esporte que ela quer seguir, nós iremos tentar possibilitar isso para ela e a oportunidade dela fazer um teste em algum clube assim como outras crianças já fazem.”
As pessoas que ajudam a engrenagem e a realização do M4 nas Escolas
“A primeira pessoa que gostaria de mencionar é o Diogo, diretor da Rio de Negócios, ele foi o primeiro parceiro que eu procurei para tocar esse projeto e a experiência que ele já tinha em projetos sociais de cultura e de música no Morro Dona Marta. Na parte técnica, nós buscamos o Luís André, ele foi meu parceiro na época que cheguei a atuar no Fluminense no início da minha carreira profissional, ele é uma pessoa muito capacitada, muito séria. Já foi treinador de escolinha e foi treinador em todas as categorias de base, entende muito bem sobre a formação de atletas. Ele contribuiu demais para a metodologia do projeto M4 nas escolas. Nós três começamos o projeto. E tanta gente legal que acabou chegando depois como o Edu, João e o Danielzinho. O Danielzinho que jogou comigo no Flamengo. É um grupo muito bacana. Tenho que falar da Vera que é a psicóloga do projeto. E chegaram os professores que são a Elen, o Jandir, o Patrick e o Cássio. Tem o Gustavo que é o nosso coordenador do projeto e está todo dia em contato com as escolas. Estamos com um grupo muito focado, bem unido e só assim para as coisas darem certo.”
A expectativa de evolução do projeto M4 nas Escolas nos próximos meses
“Nós estamos em um momento de decisão para o segundo ano do projeto. Se iremos aumentar o número de núcleos ou potencializar os núcleos que já temos. É uma decisão que será tomada em conjunto e já estamos falando sobre isso. A gente vai entender qual é o melhor caminho. Estamos atendendo 150 crianças, 75 em cada escola, e temos três turmas – Sub-11, Sub-13 e Sub-15. Cada turma com 25 alunos e 2 professores, além do coordenador que está sempre presente nas aulas também.”
Locais de atuação do M4 nas Escolas
Núcleo Penha
Localizada na Penha, a Escola Municipal Presidente Eurico Dutra é um dos núcleos que recebe o M4 nas Escolas e atende cerca de 75 crianças entre 9 e 15 anos no contraturno escolar com o acompanhamento constante da coordenação psicossocial do projeto.
Endereço: R. Santa Engrácia – Penha, Rio de Janeiro – RJ, 21021-080
Núcleo Andaraí
No coração do Andaraí a Escola Municipal Presidente João Goulart, conhecida também como JANGO, conta com aulas de basquete e acompanhamento dos alunos e famílias de segunda à quinta sempre no contraturno escolar, atendendo crianças e adolescentes entre 9 e 15 anos.
Endereço: R. Barão de Mesquita, 850 – Tijuca, Rio de Janeiro – RJ, 20540-216