Ontem, o Flamengo celebrou os 9 anos da conquista do Mundial diante do Maccabi Tel Aviv. E nos dois últimos meses, o Garrafão Rubro-negro apresentou uma série de entrevistas especiais com personagens que fizeram parte dessa conquista que ficou marcada na história do Flamengo. E para fechar essa série de entrevistas, o GRN bateu um papo exclusivo com o treinador José Neto – comandante do time nesse título mundial diante do Maccabi Tel-Aviv

Entrevista – José Neto

1-Primeiramente, José Neto quando a gente fala da disputa do Mundial em 2014 e da conquista, quais são as principais lembranças que vem na sua mente no primeiro momento?  E como você descreveria o elenco que participou dessa disputa que ficou eternizada na história do clube?

– Esta foi uma competição que nos daria uma condição de realizar um sonho. Viria também coroar e certificar o trabalho em um ciclo vitorioso.  Vencer o NBB, Liga das Americas e a Intercontinental colocaria o Flamengo em um nível de excelência no basquetebol internacional. Essa possibilidade, nos motivou muito para que pudéssemos concretizar este feito e trabalhamos diariamente, para que esta oportunidade pudesse ser aproveitada. Então lembro de cada treino, em que falávamos que teríamos que fazer um pouco melhor para atingir esta expectativa de vencer o Mundial. Conseguimos com isso também, ter um grupo de trabalho (comissão técnica e diretoria), comprometidos com esta meta, em cada área, todos fazendo o seu melhor. Sobre o elenco, não foi diferente. O que mais um treinador deseja é ter um grupo de jogadores comprometidos e tivemos isso. Cada jogador dando o seu melhor e potencializando o outro. Mais do que ganhar este título, foi poder ver este grupo de excelentes jogadores, sendo transformados em um TIME, onde mais do que os objetivos individuais, estavam os objetivos da equipe. Uma honra poder ter trabalhado com estes profissionais, mas principalmente ter convivido com estas pessoas.

2-Poucos torcedores se recordam, mas do elenco que conquistou a Liga das Américas em março para o novo elenco que ganhou o Mundial em setembro, ocorreram apenas duas mudanças, sendo uma delas pontual. Olhando para trás, você acredita que essas poucas mudanças e o fator entrosamento que esse elenco já tinha de uma temporada anterior acabaram sendo um diferencial na construção da conquista do Mundial que acabou se concretizando em quadra?

– Sempre acreditei que a força da equipe é maior do que a soma de valores individuais. Ainda mais quando estes jogadores conseguiram atingir as metas propostas e formando um grupo vitorioso. As vezes se faz necessário mudar, mas particularmente, prefiro manter uma base quando esta equipe é vitoriosa. A nossa força sempre foi o coletivo, a maneira de jogar potencializando os valores individuais.

3-Falando de bastidores do Mundial, uma das imagens que ficou marcada para o torcedor foi um trecho da sua preleção antes do segundo jogo do Mundial e que acabou sendo divulgado pela Fla TV na época. Quais são as suas recordações dessa preleção com os jogadores e você diria que ela foi uma das mais marcantes na sua passagem pelo Flamengo?

– Esta equipe tinha um VALOR: TINHA O ESPIRITO DA VITORIA! Sabíamos do potencial da equipe do Maccabi, atual campeão da Euroliga vencendo o Real Madrid na Final. Portanto isso foi uma motivação para que pudéssemos fazer história. Vencer um adversário desta magnitude, iria nos colocar na história do esporte “com louvor”. Por isso, o que disse na preleção, foi a mesma coisa que falava a eles todos os dias: não basta ter a oportunidade, é preciso aproveitar esta oportunidade e realizar um sonho! Falei que tinha muita gente lá fora que estava lá por nós, mas que tinham algumas pessoas especiais que estavam com a gente todos os dias nos apoiando e acreditando nas nossas conquistas! Tínhamos alguns bilhetes de pessoas de nossa família, filhos, esposas, pais, irmãos, que eram nossas inspirações para todos os dias fazermos o nosso melhor. Que naquele dia pudéssemos fazer por eles.

4-Uma conquista como um Mundial acaba ficando marcada para membros da comissão técnica, jogadores e dirigentes, mas também fica marcada na memória de todos os familiares. E uma imagem que ficou marcada após a conquista foi você carregando seu filho no colo com a torcida do Flamengo em quadra após o apito do final. Como foi para você ter tido a oportunidade de viver esse momento único com seus familiares na Jeunesse Arena diante do Maccabi? E você diria que essa conquista também marcou a sua família como um todo?

– A família para mim, sempre foi o motivo de que eu pudesse enfrentar os desafios do dia a dia para superá-los. Esse valor, eu sentia que era comum nesta equipe! Os jogadores, nosso grupo de trabalho, a diretoria, sempre tiveram este valor enaltecido. Quando vencíamos, seja a competição que fosse, sempre tinha alguém da família nas fotos. Este momento para mim foi único. Podemos ter um troféu ou medalha como referência de êxito, mas aquele abraço no meu filho, é a maior referência de êxito para mim, pois tudo o que faço é para que meus filhos, minha família, tenha orgulho daquilo que estou a fazer. Ali, foi essa realização! A certeza que estava a ser o orgulho deles!

5-Para encerrar, José Neto qual seria a mensagem que você deixaria para o torcedor do Flamengo que sempre se demonstra grato por toda a sua trajetória e legado de conquistas que você deixou no clube?

– Acredito na essência das coisas e das pessoas. O Flamengo tem em sua essência, a vitória! Vencer, Vencer, Vencer! Quando vestimos esta camisa e fazemos parte desta Nação, adquirimos esta essência que fica para sempre! Portanto, ter feiro parte deste clube e ter conseguido ajudar o basquete ser o “orgulho da Nação”, ficara eternamente na minha memória. Esta torcida é especial!!!! Ganhamos muitos jogos e campeonatos sendo empurrados por estas pessoas que não mediam esforços para ver o Flamengo atuar com sua essência de Garra, Amor e Paixão para vencer! Serei grato eternamente por todo carinho e reconhecimento que esta Nação tem pelo nosso trabalho!

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